Por UOL Esporte
Cruzeiro vence Goiás e volta a lutar pela Libertadores
A cobrança do presidente Alvimar de Oliveira Costa, que chegou a instituir um "vestibular" para definir quem continuará no clube na próxima temporada, deu resultado e o Cruzeiro esbanjou vontade na vitória sobre o Goiás, por 3 x 2, neste sábado, no Serra Dourada. Com uma disposição invejável, a equipe celeste construiu a vitória no primeiro tempo e soube garantir os três pontos na etapa final.
Nos últimos momentos do jogo, houve tumulto entre André Luis e Romerito. O zagueiro do Cruzeiro acusou o camisa 10 do Goiás de tê-lo chamado de "macaco", enquanto o meia do time da casa disse que foi agredido pelo defensor celeste. Depois do término do jogo, Romerito partiu para cima do trio de arbitragem, cobrando uma providência.
O Goiás, que nos últimos 10 jogos só havia perdido um, para o Paraná, em Curitiba, e que em seu campo estava invicto há nove partidas, fez um péssimo primeiro tempo e, para complicar, teve o seu goleiro Harlei expulso, aos 30min do primeiro tempo. Com um jogador a menos, apesar da melhora na etapa final, o time da Região Centro-Oeste não conseguiu reagir.
Com a vitória, fora de casa, o Cruzeiro passou da 10ª para a oitava posição, com 45 pontos, superando Figueirense e Flamengo, além de deixar para trás o Goiás, que ficou nos 43, três pontos a menos, que a equipe comandada por Oswaldo de Oliveira. O time de Geninho, por sua vez, perdeu a 11ª posição para o Atlético-PR e deixou a zona de classificação para a Copa Sul-Americana.
Além de reagir no Brasileiro, evitando acentuar a crise, o Cruzeiro voltou a vencer depois de um jejum de três jogos e quebrou um tabu de 32 anos, já que não vencia o Goiás, em Goiânia, em partidas válidas pelo Campeonato Nacional desde 1974. No Serra Dourada, foi a única vez, já que na ocasião anterior a partida foi disputada no Estádio Pedro Ludovico.
O Goiás, que vinha numa ascensão no Brasileiro, viu acabar, com a derrota, suas remotas esperanças de classificação para a próxima Libertadores e terá de concentrar na luta para garantir vaga à Sul-Americana. Já o Cruzeiro considera que renasceram as chances pela Libertadores, já que receberá, no Mineirão, nas próximas quinta-feira e domingo, Paraná e Vasco, dois concorrentes diretos. O time goiano pega o Palmeiras, em São Paulo.
O jogo
O Cruzeiro começou o jogo contra o Goiás com um comportamento totalmente diferente da partida anterior, quando perdeu para o Corinthians, em São Paulo. Os jogadores celestes entraram em campo com muita disposição e partiu para cima do adversário, mesmo atuando no Serra Dourada. O time goiano ficou acuado no gramado, surpreendido pela forma de jogar da Raposa, armada no 3-5-2 e com o meia Wagner atuando no ataque, como Jonathas.
Aos 8min, o meia Wagner sofreu falta cometida por Galeano. Na cobrança, ele bateu bem e o goleiro Harlei defendeu, colocando a bola para escanteio. No rebote da batida do escanteio, aos 9min, a bola sobrou para Élson, que arriscou de longe e abriu o marcador. A bola entrou e saiu, o que confundiu os torcedores do time da casa.
O gol, logo no início, atordoou de vez o Goiás, que estava completamente perdido em campo. Aos 11min, Martinez lançou Leandro, que só não aumentou o placar, porque o goleiro Harlei saiu aos pés do lateral-esquerdo e fez a intervenção. Os donos da casa não conseguiam passar da linha divisória do meio-campo.
Por isso, o segundo gol era questão de tempo e saiu, aos 18min. O jovem atacante Jonathas errou o chute, mas a bola sobrou para o zagueiro Gladstone tocar para as redes. Dois minutos depois, o Goiás diminuiu a vantagem, em sua primeira finalização. Welliton driblou André Luís e bateu bem, vencendo o goleiro Fábio.
Esse gol, no entanto, não equilibrou a partida. O Cruzeiro não se assustou e continuou dominando as ações. Aos 23min, Teco desperdiçou ótima chance e, aos 29min, em um lance confuso, após chute de Élson, a bola entrou após bater em Gladstone, mas o árbitro paulista Rodrigo Martins Cintra viu Harlei agarrar o zagueiro celeste. Ele marcou pênalti e expulsou o goleiro.
Geninho tirou Danilo Portugal e colocou o goleiro reserva Rodrigo Calaça, que, no entanto, não conseguiu defender o pênalti, cobrado por Gabriel, que marcou assim, o seu primeiro gol com a camisa cruzeirense. Com a vantagem de 3 x 1, o Cruzeiro seguiu dominando o jogo e desperdiçou outras chances. Em duas delas, Rodrigo Calaça fez grandes defesas em finalizações de Gabriel. Numa outra, a trave salvou a equipe goiana, em chute de Jonathas, que ainda chutou fraco, outra bola, permitindo nova defesa do goleiro.
Mas, na base do quem não faz leva, o Cruzeiro sofreu o segundo gol, marcado por Romerito, aos 46min, em uma bonita jogava individual. Foi a segunda finalização do time goiano nos 45 minutos iniciais. O técnico Geninho lamentou a desatenção da sua equipe. "É complicado, jogar com um homem a menos com uma equipe de qualidade é muito difícil", afirmou o treinador.
Na saída para o vestiário, a torcida do Goiás protestou muito contra o trio de árbitros, atirando objetos em direção ao gramado. A Polícia Militar respondeu com rigor para controlar a situação. O time goiano voltou para a etapa final com uma modificação: Luciano Almeida na vaga de Jadilson. Já a Raposa, retornou com a mesma formação.
Mesmo com um jogador a menos, o Goiás voltou disposto a empatar e partiu para o ataque, desde o início. O Cruzeiro, por sua vez, se posicionou um pouco mais atrás, mas não abdicou do contra-ataque, tentando aproveitar os espaços concedidos pelo adversário. A partida ficou mais equilibrada nessa etapa, mas o time mineiro continuou atuando bem e com muita vontade.
O ritmo do jogo no segundo tempo caiu muito. A emoção que sobrou na etapa inicial, ficou escassa nos 45 minutos finais, quando a partida foi mais disputada no meio-campo e as raras oportunidades criadas foram desperdiçadas por finalizações equivocadas.
Para complicar, boa parte do segundo tempo foi disputado sob chuva forte, acrescida por muito vento, que, em alguns momentos, prejudicaram a visibilidade para os jogadores. O Goiás tentava pressionar, mas o Cruzeiro procurava segurar e administrar a vantagem. Aos 27min, Luciano Almeida desperdiçou boa possibilidade de empatar. Trinta segundos depois, Wagner teve a chance de definir o jogo, mas demorou e deixou Calaça tirar a bola.
Na reta final da partida, o jogo voltou a ter emoção. O Goiás melhorou e pressionou muito. Fábio começou a se destacar e fez pelo menos duas boas defesas, evitando o empate. Rodrigo Calaça, o maior destaque da partida, ainda fez intervenções.
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