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Por GloboEsporte
Eficiente, Botafogo dorme líder ao vencer o Goiás em jogo tumultuado
Dois minutos foram suficientes. A exibição não foi de gala, o goleiro foi um dos melhores do time, mas em campeonato de pontos corridos é assim: o mais importante é ser eficiente. E isso o Botafogo foi. Eficiente e mortal. Por isso venceu o Goiás neste sábado, no Engenhão, por 3 a 0, pela terceira rodada do Brasileirão.
Aproveitando um cochilo do Goiás, que jogava melhor, o Glorioso abriu dois gols de vantagem no fim do primeiro tempo, ganhou como “bônus” uma expulsão do goleiro adversário, e somou três pontos na tabela. Lucio Flavio, de falta, e Somália marcaram os primeiros gols. Na etapa final, após apagão de 18 minutos, Herrera fechou o placar.
Nem tudo, no entanto, são flores em General Severiano. Já com a vitória garantida, Herrera e Caio trocaram empurrões após lance individual do talismã e foram expulsos. Do lado do Goiás, além do goleiro Fábio, Wellington Saci também recebeu vermelho no fim do jogo.
A vitória coloca o Botafogo temporariamente na primeira colocação no Brasileirão, com sete pontos. Para se manter na liderança, é preciso torcer contra Corinthians e Avaí, que enfrentam Fluminense e Vasco, respectivamente, em casa, neste domingo. Ao Goiás, ainda sem pontos, resta apenas trabalhar para sair da última colocação.
Na próxima rodada, o Esmeraldino recebe o Ceará, quinta-feira, às 21h (de Brasília), no Serra Dourada, enquanto o Alvinegro carioca viaja até Belo Horizonte para enfrentar o Cruzeiro, quarta-feira, às 21h50m, no Mineirão.
Dois minutos, dois gols e três pontos para o Bota
Quem não faz, leva. O clichê é batido, mas exemplifica bem o primeiro tempo da partida. Com o meio de campo tomado por seis jogadores, o Goiás até foi melhor que o Botafogo nos 45 minutos iniciais. Pressionou, criou oportunidades, mas foi castigado. Em dois minutos, teve decretada sua terceira derrota no Brasileirão.
Em um precavido 3-6-1, o time de Leão começou a partida mais preocupado em evitar do que em fazer gols, mas a disposição ofensiva da dupla de estreantes Hugo e Bernardo fez o time seguro na defesa e veloz no ataque. Aos três, o ex-cruzeirense arriscou em cobrança de falta de muito longe e obrigou Jefferson a fazer grande defesa. No rebote, Wendell colocou o goleiro para trabalhar novamente.
Com o meio completamente congestionado, o Botafogo não conseguia sair para o ataque. Mais do que isso, se sentia pressionado e errava passes na zona de perigo. Aos nove, Hugo avançou pelo meio e chutou rente à trave do Glorioso. Dois minutos depois, novo lance de perigo: Bernardo recebeu em velocidade dentro da área e concluiu em cima da zaga.
Acuado, o Botafogo passou a apelar para sua tradicional jogada: as bolas aéreas. Sem Loco Abreu, que está com a seleção do Uruguai, Antônio Carlos era o alvo. E o zagueiro cabeceou com perigo aos 17. Na base do chuveirinho, o time da casa equilibrou a partida, mas criava pouco.
Objetivo e veloz, o Goiás realizou um verdadeiro bombardeio a partir dos 30. Marcão e Everton Santos, duas vezes, desperdiçaram chances na frente de Jefferson. Mal na criação e com o adversário marcando forte, só um lance de bola parada salvaria o Botafogo. E assim aconteceu.
Aos 41, Lucio Flavio teve oportunidade de ouro na entrada da área. O meia ajeitou a bola com carinho, cobrou com maestria e abriu o placar. Atordoado, o Goiás não teve nem tempo para pensar em reagir. Logo após a saída de bola, Herrera recebeu lançamento na direita e chutou cruzado. Fábio deu rebote, Caio ganhou a dividida e a bola sobrou para Somália encher o pé: 2 a 0 Botafogo e três pontos praticamente garantidos na tabela.
Enquanto os alvinegros comemoravam, o goleiro do Goiás saiu em disparada para reclamar com o árbitro Alicio Pena Júnior, pedindo falta de Caio no lance. Exaltado, acabou expulso e facilitou ainda mais a tarefa do Botafogo. Irônico, Emerson Leão não recebeu nada bem a desvantagem no placar e no número de jogadores:
- Está tudo maravilhoso. Cidade maravilhosa, estádio maravilhoso e juiz maravilhoso – disse furioso.
Apagão, gol do Botafogo e briga entre companheiros
Zerado na tabela e em situação delicada no Engenhão, Emerson Leão resolveu partir para o tudo ou nada no segundo tempo: sacou o zagueiro Augusto, abriu mão do esquema 3-5-2, e colocou Rafael Moura em campo. A estratégia, porém, não deu muito certo. O Goiás ficou exposto e quem balançou a rede foi o Botafogo.
Com apenas um minuto, Alessandro avançou pela direita e cruzou para Herrera, que emendou de primeira e assustou. A jogada se repetiu nove minutos depois. Lutando quase que sozinho, Everton Santos acordou o Goiás aos 13, ao chutar com perigo para defesa de Jefferson. A partida voltou a ficar equilibrada e Antônio Carlos protagonizou um lance digo de “Inacreditável Futebol Clube”.
Como um legítimo ponta, Fábio Ferreira foi ao fundo pela direita e cruzou rasteiro. A bola passou por toda a área e encontrou o zagueiro no segundo pau, sem marcação. Ele ajeitou o corpo, preparou a conclusão para seu quarto gol no Brasileirão e...isolou, aos 15. O lance foi tão feio que até os refletores do Engenhão ficaram com vergonha e se apagaram sete minutos depois.
Estádio escuro e partida paralisada por 18 minutos. Nada, no entanto, que esfriasse o ritmo das duas equipes. No primeiro lance após o retorno, Caio recebeu lançamento longo e tentou tocar por cima de Rodrigo Calaça, sem sucesso. O Goiás deu o troco no lance seguinte e, após bate-rebate, Toloi também desperdiçou boa oportunidade.
Quem não vacilou foi Herrera. Aos 27, o argentino recebeu passe com açúcar de Lucio Flavio, emendou de primeira e garantiu a vitória. Tudo calmo, tudo tranquilo para o Botafogo, certo? Não. Dez minutos depois, o próprio atacante argentino voltou a exercer o papel de protagonista, dessa vez como vilão.
Irritado com uma jogada individual de Caio, Herrera foi cobrar o passe do companheiro, que retrucou. A dupla trocou empurrões e acabou expulsa pelo árbitro Alicio Pena Júnior (veja o vídeo). Lance polêmico, mas que pouco interferiu na partida. Até porque, em seguida, Wellington Saci foi expulso por falta dura em Lucio Flavio, no último lance do sábado agitado no Engenhão.
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