Agência EFE
Por Daniel Mundim / Globo Esporte
Bateu na trave: Dragão vence Católica, mas cai na Sul Americana
Chances não faltaram. Foram vários gols perdidos, e o Atlético-GO não conseguiu o gol que lhe daria a oportunidade de tentar salvar a temporada. Em jogo de ataque contra a defesa, o Dragão venceu o Universidad Católica-CHI por 3 a 1 no Serra Dourada, mas acabou eliminado da Copa Sul-Americana. O primeiro jogo, em Santiago, terminou 2 a 0 para os chilenos, e o gol marcado fora de casa pelos Cruzados deu a classificação ao time andino.
Joilson e Reniê abriram 2 a 0 para os goianos. Ríos diminuiu para Católica, e Márcio fez o terceiro do Atlético-GO, ainda no começo do segundo tempo, que teve pelo menos 45 minutos de intensa pressão dos rubro-negros em busca do quarto gol, que lhes dariam a histórica classificação. Os chilenos agora esperam o vencedor do confronto entre Independiente-ARG e Liverpool-URU para saberem o adversário das quartas de final.
Ao Dragão, resta planejar 2013. A atual temporada se encerrou para os goianos. Praticamente rebaixado no Brasileirão, a Sul-Americana era a última esperança da equipe para o ano. O Atlético-GO volta a campo no próximo sábado, pelo torneio nacional, quando enfrenta o Botafogo, no Engenhão, às 18h30m.
Blitz e gol 'fora do script'
O Atlético-GO não demorou muito para colocar em campo o discurso que manteve antes da partida. Desde o início o Dragão tomou a iniciativa do jogo, que todos no clube consideravam ser a tentativa de salvar o ano. O Católica mostrou que estava bastante satisfeito com a vantagem criada em Santiago, e também não tinha tanta qualidade para tentar ser mais incisivo. Os chilenos se mantiveram acuados durante todo o primeiro tempo.
Joilson coloca a bola no canto esquerdo de Toselli e abre o placar para o Atlético-GO. Meia foi o destaque da partida (Foto: EFE)
A pressão rubro-negra se fez principalmente pela direita, com Adriano e Joilson. Este último, que retornou ao time após sete partidas, foi o destaque da equipe brasileira. A primeira vez que o meia chegou ao ataque foi após um cruzamento de Eron, aos 11 minutos, quando chutou de primeira dentro da área, mas a bola foi para fora. No entanto, dois minutos depois estes dois jogadores voltariam a ser protagonistas e afastariam de vez o nervosismo inicial enquanto.
Eron avançou pela esquerda, cruzou rasteiro para Ricardo Bueno, que dominou e apenas rolou a bola pra a chegada de Joilson. Com calma, o camisa 8 colocou no canto direito de Toselli: 1 a 0 Atlético-GO. Foi o combustível ideal para que a blitz dos primeiros minutos se tornasse uma pressão incessante sobre os chilenos. Los Cruzados se mantinham todos no campo de defesa e só se arriscavam na bola parada. Enquanto isso, o Dragão avançava com intenso fôlego. O Rubro-Negro quase chegou ao segundo com Ricardo Bueno, Pituca e Felipe.
Mas a agonia pelos gols perdidos se tornou em esperança aos 35 minutos. Joilson cruzou na área, Toselli saiu mal, e Reniê aproveitou a sobra para fazer o segundo: 2 a 0 Dragão, que levava a decisão para os pênaltis. Mesmo em vantagem, os goianos não diminuíram o ritmo. No entanto, os chilenos avançaram a marcação e o improvável, pelo menos até então, aconteceu. Em um contragolpe, aos 42 minutos, Pizarro deu ótimo lançamento para Sepúlveda, nas costas de Eron. O lateral cruzou rasteiro para o volante Ríos, livre, apenas empurrar para as redes, e complicar a vida do Atlético-GO: 2 a 1, resultado que anulava a possibilidade de pênaltis.
Pressão, catimba e frustração
A apreensão dos atleticanos pelo gol dos chilenos no fim do primeiro tempo logo deu lugar, novamente, ao otimismo no início da etapa derradeira. Bastaram apenas dois minutos para essa mudança de sentimentos. Foi o tempo necessário para que Ricardo Bueno lançasse Joilson dentro da área, e Martínez levantasse o pé na cara do meia rubro-negro, que, na malícia, caiu no gramado.
O paraguaio Carlos Amarilla se deixou levar pela encenação do brasileiro e marcou o pênalti, para reclamação geral dos visitantes. Alheio à situação, o goleiro Márcio foi para a cobrança e, confiante, colocou no canto direito de Toselli, fazendo o terceiro do Dragão. O gol não alterou o panorama do jogo, que seguiu com pressão intensa dos goianos. No entanto, o Universidad Católica se organizou e era perigoso nos contra-ataques. Além do gol, Márcio foi decisivo também em duas excelentes defesas, após chutes de Pizarro e Silva.
Mas o jogo, definitivamente, tinha o Atlético-GO como dono. O Dragão seguia com o domínio da posse de bola, mas insistindo pelos ataques nas pontas. A esperança goiana quase se tornou em realidade aos 17 minutos. Após uma ótima trama pela direita, Diogo Campos recebeu na área, chutou de perna esquerda, e Toselli deu o rebote nos pés de Ricardo Bueno, que balançou as redes. Entretanto, o um metro de impedimento do jogador invalidou o lance.
O gol anulado aumentou ainda mais a ansiedade dos goianos. A partir dali, o jogo ganhou um ingrediente a mais além da pressão atleticana: a catimba chilena. O Dragão se mantinha no campo de ataque, insistindo nas bolas aéreas, mas sem sucesso. Los Cruzados quase não tinham a bola nos pés, mas quando a seguravam, tentavam ganhar tempo, principalmente nas cobranças de falta. Tal circunstância dramática seguiu até os minutos finais. Ricardo Bueno ainda desperdiçou duas chances após bons cruzamentos, mas o gol que daria a classificação histórica e salvaria o ano para o Atlético-GO não veio.
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