Leo Munhoz/Agência RBS
Por João Lucas Cardoso /GloboEsporte
Joinville fura o paredão do Goiás uma vez, vence e alcança 3º lugar
Não há muro que suporte marretadas e investidas de derrubá-lo seguidamente. Quem mais bateu, conseguiu furar uma vez. O goleiro Harlei defendeu com os pés, nos dois cantos e contou com a sorte. Mas, o Joinville teve um trunfo inusitado: um atacante na lateral esquerda, com a camisa 6 e tudo: William. Ele se esqueceu de guarnecer o flanco que cuidava, e aos 25 minutos do primeiro tempo, fez o gol do jogo. O único momento em que o experiente arqueiro ruiu. Em confronto direto pelo G-4, 1 a 0 é goleada. Este foi o placar favorável ao JEC diante do Goiás.
O gol rendeu mais que o triunfo do time que chama a Arena Joinville de casa. Os 14.241 torcedores comemoram mais do que a vitória sobre o forte Goiás porque o time catarinense alcançou mais uma posição na classificação. A terceira colocação da Série B do Campeonato Brasileiro é vermelha, preta e branca - com 36 pontos. O Goiás mantém a quinta colocação pintada de verde, com a esperança de chegar ao G-4 nas próximas rodadas, já que apenas um ponto o separa na zona de acesso - o São Caetano, quarto, tem 34 contra os 33 dos goianos.
O Joinville tenta continuar na zona de acesso depois do próximo jogo. O JEC enfrenta o Atlético-PR na terça-feira, às 19h30m (de Brasília), no Gigante do Itiberê, em Paranguá. No mesmo dia, só que às 21h50m, o Goiás volta ao Serra Dourada. Ambos os jogos pela 20ª rodada, a abertura do returno.
Donos da casa chegam mais ao gol
O jogo começou com uma disputa ferrenha pela bola no meio de campo. Faltava o passe e a investida perigosa. Quem conseguiu a primeira das boas foi o Joinville, aos 15 minutos. Eduardo desceu pela direita e nem acreditou que Edígio deu espaço para ele passar pelo lado, entrar na área e tocar na medida para Lima. O tiro chapado e colocado foi espalmado por Harlei. A bola voltou em Lima que, desta vez, tentou a cobertura. Arrancou o “uh” da torcida quando o arremate tocou a trave e foi embora pela última linha. Três minutos depois, o goleiro do Goiás foi bem de novo. Eduardo entrou e bateu no cantinho. Salvou o arqueiro que está desde 1999 no time esmeraldino.
Mas não conseguiria repetir o feito aos 25, quando o Joinville fez o único gol do jogo. Gol que só parece ter acontecido devido a improvisação do atacante William como lateral-esquerdo do Joinville. Da esquerda, Tiago Real tocou no elemento surpresa que aparecia no meio, na frente da risca da grande área. O “lateral” mostrou habilidade do centroavante. William cortou três marcadores com um único toque e bateu cruzado e rasteiro. Harlei foi, mas não alcançou: 1 a 0.
O jogo voltou a se concentrar pelo meio. Mas o Goiás melhorou. Ganhou ânimo quando Iarley cruzou na área, Maurício tentou cortar e a bola foi para trás. No reflexo, Ivan evitou e Diego Jussani aliviou. A moleza pela infecção alimentar que recaiu sobre boa parte dos jogadores esmeraldinos foi pelos ares. Por pouco o time não foi aos vestiários com a igualdade. Em falta lateral e bola alçada na pequena área, aos 45, Amaral triscou o couro, porém foi sobre o travessão.
Goiás assusta, mas não empata
O mesmo ritmo disputado seguiu pelo segundo tempo, com o time da casa chegando mais à frente e com mais perigo. O Joinville quase aumentou em lance em que o goleador Lima recebeu na área. O chute foi forte, mas em cima de Harlei, que evitou outra vez. Aos dez, o goleiro pegou arremate de Tiago Real. Atrás no placar, o Goiás contou com Felipe Amorim para ser mais efetivo à frente. Ele fez com que Ricardo Goulart aparecesse com a bola na frente de Ivan e, na hora de arremate, aos 19, o volante Glaydson apareceu para dar um bico e mandar longe, evitando o gol eminente.
O time esmeraldino cresceu ainda mais com a entrada de Walter. O Joinville se fechou, com Gilton substituindo o herói do jogo, e, já no final, com um zagueiro a mais. Os goianos não podem reclamar que não tiveram chances de marcar. Mas faltou competência para botar na rede. Harlei fez a sua parte na meta. E como fez aos 38, quando Ricardinho, na direita, cruzou na cabeça de Lima no segundo poste. O goleador cabeceou no chão e o goleiro grudou-se à trave direita para não permitir que a bola passasse sequer por uma fresta.
Muito esmeraldino, Harlei gostaria que o nome do jogo não tivesse sido o dele. Que tivesse sido Renan Oliveira. Porque aos 48 o meia que entrou no segundo tempo chutou certeiro no canto direito e Ivan pegou para não permitir o empate.
Fechar crônica