Agência Estado
Por GloboEsporte
Sem Kléber, Maikon Leite decide em estreia e dá vitória sobre Atlético
Kleber é o capitão, artilheiro e principal jogador do Palmeiras. Mas o time mostrou nesta quinta-feira que não depende exclusivamente dele para vencer seus jogos. Sem o atacante, machucado e às voltas com uma proposta do Flamengo, o Verdão teve no estreante Maikon Leite o grande responsável pela vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-GO, no Canindé. Pé-quente, o camisa 7 jogou muito e conquistou a torcida logo em seu início - fez o primeiro gol e armou as principais jogadas pelo lado direito.
O Palmeiras de Maikon chega à terceira posição na tabela do Campeonato Brasileiro, com 14 pontos, e mantém uma escrita fenomenal no Canindé: em 2011, são sete vitórias em sete jogos no estádio da Portuguesa, com 17 gols marcados e nenhum sofrido. A sequência só aumenta a cada partida na aconchegante casa provisória do time de Luiz Felipe Scolari.
Do outro lado, o Atlético-GO de Paulo César Gusmão segue na parte de baixo da classificação. Tem sete pontos e se aproxima da zona de rebaixamento.
Na próxima rodada, o Palmeiras enfrenta o América-MG, às 21h de quinta-feira, na Arena do Jacaré. No mesmo dia, o Atlético-GO pega o Botafogo, às 19h30m, no Engenhão.
Maikon iluminado
A volta de Luan fez com que Felipão retomasse o esquema de que mais gosta no Palmeiras, com dois jogadores abertos pelas pontas e um mais centralizado na área. Apenas os nomes mudaram: sem Kleber, machucado e lidando com o forte interesse do Flamengo, coube ao estreante Maikon Leite chamar a responsabilidade de comandar o ataque.
O camisa 7 não sentiu o peso da estreia. Com muita movimentação pelo lado direito, ao lado de Cicinho, ele infernizou o Atlético-GO, claramente postado para não sofrer gols e surpreender em um contra-ataque. O técnico PC Gusmão apostou em um esquema parecido com o do Ceará, que fez 2 a 0 no Verdão no domingo passado. Com três volantes plantados, ele só não contava com a intensa troca de posições entre Wellington Paulista, Maikon e Luan - e, principalmente, com um dia inspiradíssimo de Márcio Araújo.
Vestindo a camisa 100, homenagem à marca de jogos completada no domingo, Márcio se transformou em elemento surpresa no ataque, confundindo a engessada marcação rubro-negra. Com a nova peça no sistema ofensivo, ficou mais fácil furar o ferrolho. Aos 27, Márcio deu uma de meia articulador, saiu driblando todo mundo e deixou Maikon Leite na cara do gol: 1 a 0 Verdão. Das tribunas, Kleber foi flagrado com reação discreta e depois reclamou do fato no Twitter.
A essa altura, a torcida não queria saber do Gladiador, mesmo com toda a idolatria que ele possui no clube. Os palmeirenses, que mais uma vez encheram o Canindé, só tinham olhos para o novo camisa 7 - que conquistou a massa já nos 45 minutos iniciais. A mesma movimentação do ataque originou o segundo gol: Gabriel Silva passou por marcação individual e sofreu pênalti, cobrado por Marcos Assunção: 2 a 0.
Wellington marcado
Sem muitos recursos para tentar uma reação, o Atlético-GO foi para cima na base do entusiasmo. Do banco, PC Gusmão acenou com mudanças e colocou os rápidos Juninho e Rafael Cruz nas vagas de Marcão e Adriano. A pressão inicial não assustou o Palmeiras, que logo voltou a investir no ataque.
E aí, quem apareceu foi Wellington Paulista. Enquanto Maikon Leite levava a torcida ao delírio a cada chapéu (foram dois) ou chute a gol, o camisa 9 passava por apuros na tentativa de seu primeiro gol pelo Verdão, justamente naquela que pode ser sua última partida pela equipe. Com Internacional e Cruzeiro praticamente acertados, ele deve se transferir para o clube gaúcho nos próximos dias.
No primeiro tempo, ele quase foi à forra, mas a bola acertou o pé da trave. Na segunda etapa, ficou novamente perto do gol, mas escorregou no exato momento em que chutaria. Da arquibancada, os palmeirenses torciam em vão por uma melhor sorte de Wellington, que, apesar de reclamar da condição de reserva, goza de certa simpatia com a torcida.
Só que não era noite dele, prestes a encerrar seu breve ciclo no Verdão. Era noite mesmo de Maikon, dono do jogo logo em sua estreia. Substituído aos 36 do segundo tempo, o camisa 7 foi ovacionado - há tempos não se ouviam aplausos tão empolgados da torcida em relação a um novo jogador. Se Kleber seguir mesmo no Palmeiras, como vem prometendo, pode fazer bela dupla com Maikon. Caso o Gladiador vá para o Flamengo, o Verdão já tem, ao menos, um novo candidato a ídolo.
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