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Por Globoesporte:
Fla desperdiça tropeço do líder, fica no 0 a 0 com o Goiás, e frustra a torcida
Empate sem gols no Maracanã mantém o Rubro-Negro na vice-liderança, a um ponto do São Paulo. Esmeraldino está em nono
O roteiro parecia perfeito para o Flamengo alcançar a liderança do Brasileirão. A vitória do Botafogo sobre o São Paulo abriu as portas do primeiro lugar para o time de Andrade. Bastava vencer o Goiás, no Maracanã lotado, e assumir a ponta. Só que o que parecia provável não aconteceu. Nervoso em campo e com a pontaria bem distante da ideal, o Rubro-Negro não passou de um empate sem gols com o Esmeraldino. O resultado mantém o time na vice-liderança, com 61 pontos. O Tricolor Paulista tem 62. Os goianos, que não sonham com mais nada, chegam a 51, em nono, com a vaga na Copa Sul-Americana garantida. A partida frustrou 78.639 torcedores, novo recorde de público pagante do futebol brasileiro nesta temporada.
No próximo domingo, o Fla encara o Corinthians, às 17h, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. No mesmo horário, o Goiás recebe o São Paulo, no Serra Dourada, em Goiânia.
Fla sente a pressão psicológica
“A maior torcida do mundo faz a diferença”. A frase em letras garrafais, estampada em um lindo mosaico rubro-negro no Maracanã, deu boas vindas ao time do Flamengo que, naquele momento, era líder em potencial do Brasileirão. O apoio da torcida chamou a atenção de Adriano. Enquanto a bola não rolava, o Imperador gastou alguns minutos observando os torcedores. Em seguida, mãos para o céu em sinal de oração.
Ao contrário do esperado, o Flamengo não conseguiu ser absoluto no início do jogo. Aparentemente nervosa, a equipe errou passes e sentiu a forte marcação. Petkovic esteve o tempo todo cercado. Rithelly e Douglas se revezaram na marcação do sérvio. Nos primeiros 15 minutos, ele só conseguiu ameaçar em cobranças de falta para a grande área. Pouco acionados, Adriano e Zé Roberto se viram obrigados a buscar jogo. O camisa 10 chegou a perder a paciênica com Juan, após uma oportunidade de cruzamento desperdiçada pelo lateral-esquerdo.
Nos contra-ataques, Iarley, aberto pela ponta direita, Léo Lima no meio, e Fernandão, mais perto da área, levavam certo perigo ao gol de Bruno. Chance clara mesmo só aos 18. Fernandão recebeu do lado esquerdo, sem marcação, matou no peito e soltou a bomba de esquerda. Chute que o camisa 1 espalmou para escanteio.
O melhor momento do Fla no primeiro tempo não foi tão empolgante, mas deixou o time perto do gol. Aos 20, Pet sofreu falta na entrada da área. Mãos na cintura, olhos vidrados no gol de Harlei. O sérvio buscou o ângulo direito do goleiro que, estático, só conseguiu torcer para não ver a bola dentro da rede. A cobrança passou bem perto. Dois minutos depois, Adriano teve uma rara oportunidade. Pet cruzou rasteiro da esquerda, mas a zaga travou o chute do Imperador na pequena área.
Algumas arrancadas de Léo Moura pela direita criaram certa expectativa, mas não foram sufientes para romper um silêncio angustiante no Maracanã. Incômodo que só não foi maior por conta de Bruno. Aos 41, a triangulação perfeita entre Iarley, Fernandão e Léo Lima deixou o meia livre na esquerda. O chute colocado no ângulo direito tinha endereço certo, mas o goleiro salvou com um tapa. Após o apito para o intervalo, pedidos de raça acompanharam os rubro-negros até o acesso ao vestiário.
Apesar da luta, Rubro-Negro para nas mãos de Harlei
Dois lances muito parecidos abriram o segundo tempo. O rubro-negro Willians e o esmeraldino Vitor por pouco não abriram o placar, aos dois e aos quatro, respectivamente. O volante do Fla parou em Harlei, enquanto o lateral errou o alvo. Mesmo empurrado pela torcida, o Flamengo parecia preso e via o Goiás ficar mais próximo do gol. Juan tentou ser mais efetivo pela esquerda e conseguiu criar uma ótima chance, aos dez. Após passe do camisa 6, Petkovic arriscou um chute colocado que buscava o ângulo esquerdo do goleiro. Rafael Tolói cortou com a cabeça e por pouco não fez contra.
Com um meio-campo pouco efetivo no ataque, Andrade chamou Kleberson, aos 17, para ocupar o lugar de Willians. A oportunidade marcou a volta do jogador ao time depois de uma lesão no ombro. O camisa 15 não jogava desde agosto, quando se machucou no amistoso da seleção brasileira contra a Estônia. Apesar da falta de ritmo, o toque de bola melhorou.
Só que o Flamengo precisava muito dos craques do time. Pet e Adriano, bem marcados, enfrentavam algumas dificuldades e não se encontravam como de costume. Aos 19, o Imperador trombou com a marcação na área, conseguiu girar o corpo, mas o chute rasteiro saiu sem a força necessária para vencer Harlei. Dois minutos mais tarde, o camisa 10 deu linda assistência para o sérvio. No primeiro chute, Harlei defendeu milagrosamente. Adriano, no melhor estilo lutador, praticamente deu um golpe na bola com a esquerda, mas a zaga conseguiu afastar. Lance inacreditável que levou o Maracanã à loucura e deve ter feito muita gente perder alguns fios de cabelo.
Andrade mudou mais uma vez. Cansado, Petkovic deu lugar a Fierro. E o chileno proporcionou a Adriano a melhor chance dele na partida, aos 35. O cruzamento rasteiro passou por vários defensores do Goiás, mas Leandro Euzébio se antecipou e não permitiu que a bola chegasse ao Imperador.
O desespero era tanto que até Ronaldo Angelim deu uma de atacante, em mais uma jogada bem defendida por Harlei. Kleberson ainda arriscou mais um chute rasteiro de fora da área, e o goleiro Bruno foi tentar a cabeçada em cobrança de escanteio. De nada adiantou, e a decisão do título fica cada vez mais dramática e emocionante.
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