Carlos Costa / Futura Press
Por Daniel Mundim / Globoesporte.com
Diante de 449 pagantes, Sport bate o Atlético-GO e ganha sobrevida
Em jogo fraco, Dragão registra mais uma vez o menor público do campeonato, Leão vence por 1 a 0 e mantém esperanças de escapar da degola
Atlético-GO e Sport entraram em campo para um jogo que pareceu mais uma prévia do que pode ocorrer em 2013. Ameaçados pelo rebaixamento - ao Dragão, a Série B é quase uma realidade -, as duas equipes fizeram uma partida digna de Segunda Divisão. A começar pelo público, de apenas 449 pagantes, o pior do Brasileirão. Poucas chances de gol, balões e técnica quase zero. Para salvar a apatia total, Hugo marcou um gol para o Leão, garantindo o 1 a 0, vitória que mantém os pernambucanos vivos na luta para escapar do descenso.
Com o resultado, o Sport chega aos 33 pontos, retorna ao 17º posto na tabela de classificação e na próxima rodada já pode se igualar em pontos com o Bahia, que soma 36. O Dragão segue sua caminhada a passos largos para a Segundona. Com 23 pontos e na lanterna há 12 rodadas, o time goiano volta as atençoes agora para a Copa Sul-Americana, a última chance para salvar o ano.
Após a derrota, o atacante Patric assumiu a culpa pelo pênalti perdido, e admitiu que o jogo poderia ter tido resultado diferente para o time atleticano.
- Não fiz uma boa partida hoje – domingo -, tenho consciência disso, perdi um pênalti, se tivesse feito o gol acho que a partida seria totalmente diferente.
Com outro ânimo, o meia Hugo, autor do único gol do jogo, reforçou as esperanças do Sport de escapar do rebaixamento.
- Todos acreditavam que não havia mais chance para o Sport, até mesmo para o Palmeiras, mas foi provado dentro de campo que tudo pode acontecer na reta final.
Os goianos voltam a campo na próxima quarta-feira, no segundo jogo das oitavas de final do torneio continental, para enfrentar o Universidad Católica, no Serra Dourada. Pelo Brasileirão, o Atlético-GO tem como próximo adversário o Botafogo, no sábado, dia 27, no Engenhão. Após conquistar pela primeira vez uma sequência de duas vitórias seguidas, o Sport recebe, na próxima rodada, o São Paulo, na Ilha do Retiro, também no dia 27.
Pênalti perdido. E só
Os dez minutos iniciais sem uma finalização sequer eram um indicativo de como seria o jogo no Serra Dourada. Atlético-GO e Sport fizeram um primeiro tempo marcado por contusões e que só não foi nulo devido a um pênalti perdido. O eco dos gritos dos jogadores, técnicos e dos poucos torcedores no Serra Dourada era mais atrativo que o futebol mostrado pelas duas equipes. O Dragão teve iniciativa ao manter mais a posse de bola e insistir nas bolas aéreas, mas sem sucesso.
O Leão não conseguia manter a bola em seus pés e, no começo do jogo, se limitou a marcar bem. Para piorar a situação dos pernambucanos, o técnico Sérgio Guedes foi obrigado a queimar duas substituições com menos de 20 minutos de bola rolando.
O primeiro a se machucar foi o zagueiro Diego Ivo, que cedeu vaga a Moacir. Pouco tempo depois o volante Renan Teixeira deixaria a partida, também machucado, para que Bruno Aguiar entrasse. Para completar o festival de contusões, Carlos, do Atlético-GO, também deixou o jogo, mas aos 33.
No entanto, o primeiro tempo não foi apenas de jogadores saindo do jogo machucados. Teve futebol também. Apostando nas jogadas pelos lados do campo, principalmente pelo lado esquerdo com Ernandes e Mahatma, o Dragão protagonizou o principal lance da primeira etapa. Aos 19 minutos, Diogo Campos lançou Mahatma pela esquerda. O lateral entrou na área e foi derrubado por Gilsinho. Péricles Bassols não hesitou e marcou o pênalti. Patric foi para a cobrança e fez uma ótima contribuição para que o jogo seguisse como um show de horrores. O atacante baixou a cabeça e chutou forte no canto, fácil para Saulo cair e fazer a defesa, sem soltar a bola.
A defesa do jovem goleiro, que se emocionou com o lance, deu confiança para o Sport, que tentou sair mais para o jogo. Entretanto, o Leão sofria com a falta de criatividade e apostava apenas nos chutes de longa distância nos pés de Reinaldo e nas chegadas de Cicinho pela direita, que não tinham sucesso. O Dragão ainda esboçou alguns lances de lucidez com arremates de Diogo Campos e Patric, mas nada que assustasse Saulo e contribuísse para abrilhantar o primeiro tempo, que terminou com mais de 40 passes errados.
Hugo salva o Leão
Todo o marasmo da primeira etapa levou apenas três minutos para ir embora na segunda etapa. Na verdade, apenas um minuto, quando Gilsinho recebeu livre na área e fez o gol, anulado porque ele estava impedido. Mas a frustração durou apenas dois minutos. O próprio Gilsinho reapareceu, driblou três marcadores e abriu para Felipe Azevedo na direita. O atacante cruzou na medida para Hugo testar para as redes e marcar seu sexto gol no campeonato, alcançando a artilharia do Sport na competição.
O gol poderia mudar totalmente o panorama da partida, mas o duelo seguiu com uma bela demonstração de baixo nível técnico. Artur Neto tentou dar mais poder ao seu meio-campo ao lançar Danilinho na vaga de Luciano, mas o Dragão continuou apenas com a bola aérea em seu repertório.
O jogo era de lançamentos longos e pouca criatividade. O Sport ainda tinha dificuldades para manter a bola nos pés e só ameaçava nos contragolpes ou jogadas individuais. Em uma delas, Felipe Azevedo chegou pela direita, enfiou para Gilsinho, que seguiu a jogada com Hugo, mas o meia finalizou mal e não marcou seu segundo gol no jogo.O grande dado da partida seguia sendo o de passes errados, que com 20 minutos de segundo tempo já superava os 60.
Diante da falta de reação dos donos da casa, o Sport apenas se posicionava para administrar o resultado e se armava para sair em velocidade, principalmente com Cicinho pela direita. O Atlético-GO teve o domínio da posse de bola, mas tinha pouca força em seu ataque. Muito vaiado pela torcida, Patric saiu de campo aos 34 minutos, mas a entrada de Alexandre Oliveira não melhorou o setor.
Desorganizado, os goianos chegaram ao gol de Saulo apenas com uma falta perigosa de Danilinho, mas ficou longe do empate, para alegria dos pernambucanos, que se sentiram em casa no Serra Dourada.
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