Petra Mafalda / Mafalda Press / Futura Press
Por Globoesporte.com
Com dois de Ronny, Figueirense derrota o Atlético-GO e ainda respira
Time catarinense chega aos 25 pontos e segue na luta para permanecer na Série A. Dragão está virtualmente rebaixado
Ainda resta uma esperança ao Figueirense. Os bravos 2.836 torcedores que compareceram ao estádio Orlando Scarpelli nesta quarta-feira saíram satisfeitos com a vitória por 3 a 1 diante do lanterna Atlético-GO. Com dois gols de Ronny e um de Aloísio, o time catarinense continua na penúltima colocação, agora com 25 pontos, e renova o fôlego na fuga do rebaixamento. São sete pontos de diferença para o Coritiba, primeiro time fora do Z-4. Apesar da situação ainda delicada, o Figueirense renovou seus ânimos após a vitória, como destaca Ronny.
- Ainda faltam muitas rodadas, e a gente pretende sair desta zona de rebaixamento. Esta vitória é um recomeço, não só para mim, mas também para toda a equipe.
Já o Dragão, que marcou com Diego Giaretta, parece condenado. Muitos no clube já admitem que não é possível manter a equipe goiana na Série A, e o cenário piora a cada rodada. Com 20 pontos, o Atlético-GO está virtualmente rebaixado. O matemático Tristão Garcia estima que a equipe precise de pelo menos oito vitórias nas nove rodadas restantes para continuar na elite do futebol brasileiro. O técnico Artur Neto admite a superioridade do adversário nesta quarta.
- O Figueirense mereceu vencer. Melhoramos um pouco no segundo tempo, mas o time precisava ser mais agudo e finalizar mais.
O Atlético-GO volta a campo sábado, contra o Internacional, no Serra Dourada, às 18h30m (de Brasília). Já o Figueirense visita o São Paulo, domingo, no Morumbi, às 16h.
Pode até faltar técnica para os dois lanternas do Brasileirão, porém, não falta vontade. Pelo menos isso ficou claro no duelo desta quarta-feira. Em poucos minutos a partida já tinha vários lances de perigo e até mesmo de polêmica. Com dois pontos a mais do que o Dragão e atuando em casa, o Figueirense partiu para o ataque e controlou o jogo nos minutos iniciais. O atacante Júlio César logo começou a se destacar com bons passes para seus companheiros.
O primeiro deles ocorreu aos seis minutos, quando o jogador encontrou Botti. O volante finalizou para a boa defesa de Márcio. Em seguida, Júlio César superou Pituca na ponta esquerda e cruzou para Helder, que pegou mal na bola e isolou. Mas foi com Aloísio com quem o Figueira abriu o placar. Aos dez minutos, ele ficou com a sobra na entrada da área e chutou. A bola desviou em Diego Giaretta e enganou o goleiro Márcio: 1 a 0 para o Figueirense.
Atacante e zagueiro iniciavam ali uma disputa particular. Menos de dois minutos após contribuir, mesmo sem intenção, com o gol do adversário, Giaretta apareceu livre na área catarinense após cobrança de falta, aproveitou a fragilidade da pior defesa do campeonato – 55 gols sofridos – e tocou na saída de Wilson: 1 a 1.
O problema é que quando o assunto é número negativo, o Atlético-GO também tem muita coisa para contar. Lanterna em 15 das 29 rodadas, o clube goiano é também o que mais perdeu e o que menos venceu na Série A. Tudo que o Figueirense não podia fazer para continuar sonhando com a fuga do rebaixamento era perder pontos para o concorrente direto. O time do técnico
Márcio Goiano sentiu o gol sofrido, demorou a retomar as ações, mas foi melhor em campo.
Antes do lance mais polêmico do jogo, o Atlético-GO soube incomodar o adversário, com Felipe e Patric no ataque, mas Wilson fez boas intervenções. Aos 26, o Figueira acordou. Na verdade, o estádio inteiro se ligou no lance. Aloísio e Diego Giaretta voltaram a ser protagonistas, mas o árbitro Emerson de Almeida Ferreira (MG) também teve papel importante. Após cruzamento rasteiro da esquerda, o zagueiro rubro-negro calçou o atacante rival dentro da área. Já caído, Aloísio percebeu que o pênalti não havia sido marcado e permaneceu sentado no gramado até “digerir” a situação.
Júlio César e Ronny também se destacam
Não havia tempo para lamentações. O empate não ajudava qualquer uma das equipes. O Figueirense tinha outros jogadores com boas atuações no Orlando Scarpelli. O principal deles continuava sendo Júlio César. Aos 31, ele chutou prensado com a marcação atleticana e quase fez o segundo. Em seguida, após cobrança de escanteio, Aloísio finalizou, e Reniê tirou o perigo em cima da linha.
Para conseguir a vantagem ainda no primeiro tempo, os donos da casa construíram uma bela jogada. Após receber passe no campo de ataque, Júlio César tocou de letra para Ronny. O meia chutou cruzado, sem chances para Márcio, e correu para comemorar: 2 a 1 para o Figueirense.
Enquanto a equipe catarinense tinha pelo menos alguns destaques individuais, o Atlético-GO pecava em demasia. Na teoria, o time goiano foi escalado com três atacantes. Na prática, o confuso Dragão tinha Felipe recuando para tentar armar as jogadas, pois os demais atletas de meio-campo eram volantes. O resultado foi um time pouco inspirado e com extremas dificuldades para se articular no ataque.
Chuva de alegria
O cenário não mudou no segundo tempo. O lateral-esquerdo Bruninho sentia o peso do jogo. Os volantes erravam muitos passes. Alexandre Oliveira parecia um estreante no Dragão. Sem entrosamento, o jogador foi inofensivo e deu lugar a Rayllan aos 17 minutos da etapa complementar.
A natureza não foi generosa com o público presente ao Orlando Scarpelli. Já era preciso muita disposição para empurrar o Figueirense contra o lanterna do Campeonato Brasileiro, mas os torcedores que compareceram fizeram a parte deles. Nem mesmo com a forte chuva que caiu em Florianópolis, o time da casa ficou na mão. Muito pelo contrário. À medida que a tempestade aumentou, na etapa complementar, o grito das arquibancadas ficou ainda mais forte.
Com o apoio, o Figueirense ganhou forças para administrar o placar e voltar a vencer após cinco rodadas. Os técnicos Márcio Goiano e Artur Neto tentavam melhorar suas equipes, que já não tinham a mesma força física da primeira etapa. O equilíbrio físico no campo pesado foi benéfico a quem estava em vantagem no placar.
Ao contrário do que ocorreu nos 45 minutos iniciais, Figueirense e Atlético-GO criavam pouco. Sem Júlio César, que deu lugar a Doriva, os catarinenses eram perigosos em lances isolados e conseguiram ampliar o placar e definir o jogo quase no fim. Antes,
Ronny perdeu boa chance aos 26 minutos. Em seguida, Aloísio encarou Diego Giaretta, chutou, e viu Márcio fazer boa defesa.
Antes de ampliar o marcador, o Figueira ainda acertou a trave do goleiro Márcio. Após cobrança de escanteio aos 35, a bola passou por todo mundo e parou no poste atleticano. Dois minutos depois, Aloísio brigou pela bola, que sobrou para Ronny. O jovem girou para cima de Reniê e chutou na saída de Márcio: 3 a 1.
Entregue, o Dragão quase nada conseguiu no segundo tempo. Wilson foi praticamente um espectador no segundo tempo.
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