Benedito Braga / O Popular
Por Globoesporte.com
Santo André abre 2 a 0, mas permite empate do Vila no segundo tempo
Tigre joga mal no primeiro tempo, torcida vaia goleiro Júlio César, que é substituído, e time consegue evitar desastre. Ramalhão se mantém no Z-4
Uma semana de polêmicas, com dispensas, contratações, declarações polêmicas, revolta com salários atrasados, e um jogo decisivo pela frente. Assim era a situação do Vila Nova, Lanterna da competição, técnico estreante, muitos desfalques, com quatro jogoes de jejum. Este era o panorama do Santo André. Diante das circunstâncias, o empate por 2 a 2 (veja os gols) entre as duas equipes na tarde deste domingo no Serra Dourada não foi bom para ninguém.
Ao Ramalhão, a frustração é maior. O time do ABC paulista abriu 2 a 0 no primeiro tempo e dominava a partida sem problemas. Após substituições - que incluíram o vaiado goleiro Júlio César -, o Vila Nova conseguiu reagir e garantiu o empate. Com o resultado, o Tigre volta ao G-4, com 18 pontos, na quarta posição e maior saldo que o Oeste. O Santo André agora é o vice-lanterna, com 13 pontos, na zona de rebaixamento.
O Colorado goiano continua sem conseguir uma sequência de duas vitórias seguidas na competição, e agora terá apenas duas partidas em casa das seis que restam no torneio. Na próxima rodada o Vila Nova encara o líder Duque de Caxias, fora de casa, no sábado, dia 22, às 16h. O Santo André recebe o Madureira, também no sábado, às 15h30m.
Apatia colorada e domínio do Santo André
O Vila Nova entrou em campo apático. Nas horas que antecederam a partida, o time vivia a expectativa de ter ou não seu arilheiro em campo. Com problemas com a diretoria, Pedro Júnior se reuniu com o vice-presidente Rodolfo Otávio antes do confronto para ser convencido a atuar.
Alhei a isso, o vilanovense, que se acostumou a ver sua equipe goleando como mandante, e sempre dominando as partidas no Serra, se irritou com a postura deste domingo. O Tigre se mostrava desinteressado em campo. Isolado na frente, Pedro Júnior não via a cor da bola. Um dos únicos que mostrava um pouco de lucidez era o jovem meia Jorginho. Aos 13 minutos ele recebeu de Rafael Vaz, invadiu a área e chutou forte, mas Bonan fez a defesa.
Mas foi só. Aos poucos o Santo André controlava a partida. Com bom toque de bola, o Ramalhão se mantinha mais com a bola. E não demorou para balançar as redes. Aos 15 minutos, Fábio Santos tabelou com Bady, ficou cara a cara com Júlio César, e chutou no canto esquerdo: 1 a 0 Santo André e o capítulo inicial do litígio do goleiro com a torcida colorada. O segundo capítulo viria cinco minutos depois.
O Vila Nova não esboçava reação. E o Santo André aproveitou. Aos 20 minutos, Bady cobrou falta com perfeição, e Júlio César aceitou: 2 a 0 Ramalhão, e as vaias ao goleiro já eram fortes. O Tigre não usava seus laterais, e só assustava nas jogadas individuais de Jorginho, ou nos cruzamentos na área. Evandro, com um bom chute de perna esquerda aos 26 minutos, e Rafael Vaz, em uma cobrança de falta aos 43 minutos, tentaram diminuir o placar, mas não tiveram sucesso.
Vaias, goleiro furioso, mudanças e reação
As vaias da torcida no intervalo da partida ilustram bem o que foi o primeiro tempo no Serra Dourada. Ao ir para o vestiário, o time colorado sofreu com a hostilidade do vilanovense. Gritos de ‘E é o Max!’, remetendo ao goleiro colorado de 2008 a 2010, mostravam que o alvo principal era Júlio César. Ao descer para os vestiários o goleiro assumiu, ironicamente, a culpa pelos dois gols, criticando a torcida.
A declaração do goleiro lhe custou a posição. Ele não voltaria mais para o jogo. Ruan entrou na partida, ao lado do jovem Diego, que entrou na vaga do estreante Russo. As modificações demoraram apenas um minuto para fazer efeito. Após boa jogada de Pedro Júnior, que deu a bola de calcanhar para Diego, o meia dominou e chutou no canto de Bonan: 2 a 1. Era a esperança da reação colorada. Mas ela não foi completa.
O Vila Nova passou a ter controle da partida, mas era pouco ameaçador. Aos 14 minutos, Pedro Júnior acertou o travessão em cobrança de falta e quase reacendeu por completo as esperanças dos 3 mil colorados no Serra Dourada, mas não conseguiu. O Santo André tentava a administrar a vantagem, mas cansou na segunda etapa. O Ramalhão só conseguiu chegar ao gol de Ruan nas jogadas individuais, e em uma delas Marcelo, que entrara na partida, chutou para fora, aos 22 minutos.
O time de Ney da Matta não tinha criatividade. O técnico tentou melhorar sua força de ataque com a entrada de Almir, mas o jogador praticamente inexistiu em campo. A saída eram as bolas paradas e os chutes de longe. E assim o Vila conseguiu amenizar um pouco a crise que estava por vir com a derrota. Aos 35 minutos, Rafael Vaz cobrou uma falta de muito longe e fez um golaço, empatando a partida. O gol animou os colorados, que tentaram a virada. Pedro Júnior teve uma oportunidade ainda nos acréscimos, mas não conseguiu marcar o gol que daria uma virada histórica para o time.
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