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07/06/2020 11:43 • Atualizada em 07/06/2020 14:15
Consagrado nos microfones, Antônio Porto tentou a sorte no comando técnico no seu time de coração
Já imaginou Galvão Bueno no comando técnico da seleção brasileira? Ou Edson Rodrigues treinando Atlético, Goiás ou Vila Nova? Apesar do exemplo parecer um tanto quanto exagerado, foi exatamente o que aconteceu no futebol goiano, em 1960, quando o locutor Antônio Porto assumiu o Vila Nova.
Consagrado nas ondas das rádios Anhanguera e Brasil Central, no final dos anos 50, Antônio Porto teve uma rápida e frustrante passagem pelo comando técnico colorado.
Pesquisas do Futebol de Goyaz localizaram o registro de uma acachapante goleada sofrida pela equipe colorada para o rival Goiás, quando o treinador foi Antônio Porto. No dia 24 de Setembro de 1960, o Goiás venceu o Vila Nova, por 5 a 1, pela 12ª rodada do Campeonato Citadino de Goiânia no estádio Olímpico.
O time comandado pelo locutor/treinador Antônio Porto teve Geraldo, Waldemar, Sérgio, Tido e Canhoto; Zé do Pará (Ivônio) e Neném; Henrique, Zezinho, Pedrinho e Lourival.
Já o Goiás, contando com o lendário Tão Segurado que marcou três gols na partida, foi a campo com Pedrão, Pedro Peres e Dé; Zé Alair, Lazinho e Tiãozinho; Manoelzinho, Tão Segurado, Caixeta, Euzevir e Zé Preto.
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Perfil de Antônio Porto no Futebol de Goyaz
O Campeonato de 1960, porém, não foi conquistado por nenhuma das duas equipes, mas pelo Goiânia uma das principais forças do futebol estadual na época. Contemporâneo de Porto, o comentárista esportivo Ledes Gonçalves relembra a passagem do comunicador pelo comando técnico vilanovense.
"O Antônio Porto era vilanovense e entendeu que podia ser treinador, mas a carreira foi curta. Ele foi muito bom como comunicador esportivo, mas não conseguiu o mesmo desempenho como treinador de futebol. Não passou do terceiro mês lá no Vila Nova e teve que deixar o comando porque o time não estava rendendo nada", relembra.
Pouco depois da frustrada experiência como treinador, Antônio Porto se mudou para o Rio de Janeiro. Por lá trabalhou em emissoras como Rádio Globo e Tupi e em São Paulo na Rádio Nacional. Em 1990, ele voltou a trabalhar em Goiás quando foi contratado pela Rádio Brasil Central para a cobertura da Copa do Mundo da Itália.
Além das transmissões de futebol, Antônio Porto também se destacou nas narrações de basquete e pelas produções de discos que registraram a história do futebol goiano. Ledes Gonçalves relembra a iniciativa do locutor de eternizar as conquistas dos clubes.
"Ele tinha idéias fantásticas e sensacionais, inclusive, essa de gravar LPs do Atlético, Goiás e Vila Nova que foram muito bem aceitos, divulgados e comercializados aqui em Goiás. Foi um legado que ele deixou para a história do futebol de Goiás com esses discos de vinil", detalha.
Antônio Porto é autor de bordões que ficaram eternizados na história da comunicação como:
"Sim, Olha eu aqui para um Brasil de audiência"
"Bola pro mato que o jogo é de campeonato"
"Eu no planalto Central, no coração verde da pátria"
Nascido em Anicuns, Antonio Pignata Porto também foi presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de Goiás. Ele faleceu em 1997.